terça-feira, abril 21

A MÚSICA EM PORTUGAL...E À VOLTA DE PORTUGAL

Finalmente, entre azáfama e mais azáfama, foi possível falar sobre este assunto.

3 notícias relativamente breves têm feito história importante:


- Os Buraka Som Sistema acabaram de tocar no prestigiado Coachella Festival, no estado da Califórnia, ao lado de ilustres nomes como o de Paul McCartney. E não se poderia esperar muito menos: a julgar pelo vídeo abaixo, os Buraka Som Sistema tiveram rédea bem curtinha na vasta audiência que delirou com a actuação do colectivo português. Quer se goste, quer não se goste, os portugueses deveriam mesmo olhar para os BSS já como um grande porta-estandarte do nome da música portuguesa no estrangeiro. "Somos os Chemical Brothers de Portugal". Apesar do exagero, assino por baixo sem olhar.








- Até que ponto o "fenómeno" BSS entre a camada mais jovem da população portuguesa não se deve, em primeiro lugar, à pesquisa "myspaciana" de grandes perscrutores de talentos (como Henrique Amaro e outros...) e ao posterior "passa-a-palavra" que certamente terá preenchido as redes P2P em dezenas de programas ilegais de partilha de ficheiros musicais? Apesar de "Black Diamond" não ter sido, digo eu, a continuação ideal para o EP "From Buraka to The World", o CD andou pelos primeiros lugares da tabela de vendas da AFP e terá também chegado a muita gente por vias menos próprias.
Uma das últimas declarações sobre a prática do "download" ilegal foi da autoria de Tozé Brito, conhecido em primeiro lugar por ter sido parte integrante do Quarteto 1111, depois compositor de vários êxitos da música portuguesa e de muitas outras canções e agora produtor e detentor de cargos importantes já preenchidos em diversas delegações portuguesas de multinacionais discográficas. "Roubar uma música é igual a roubar um carro", disse. Deixando considerações à parte, sublinho que outras vozes se vão insurgindo contra a prática do "download" ilegal...casos de Miguel Guedes, dos Blind Zero, que já não edita um disco há algum tempo com a sua banda e tem feito um esforço enorme para que as discotecas e espaços públicos paguem direitos de autor pela música que neles passa (bem como de vez em quando comentar jogos do FC Porto na SportTV). Considerações, novamente, à parte, se faz favor. Tozé Brito ainda acrescentou que o governo português deveria estar ao lado dos artistas e proteger os seus direitos, sugerindo que este tomasse medidas semelhantes a uma medida proposta para prosecução em França - o corte do serviço de "internet" aos utilizadores que se sirvam desta plataforma para não pagar pela música que ouvem. Como comentário e como fim de tópico, devo dizer que assisti ao processo do julgamento e condenação dos proprietários do PirateBay via "Twitter" e vi também uma notícia na RTP1 há uns dias em que dizia que, devido a um movimento de cidadãos liderado pelo realizador português Paulo Branco e tendo a ele associado, por exemplo, Catherine Deneuve, a opinião política foi de tal maneira influenciada que se conseguiu em pleno Parlamento que esta proposta de lei fosse chumbada. A guerra continua, e ninguém pensa no armistício...





- Dois nomes sobressaiem desta resenha: Buraka Som Sistema e Henrique Amaro.

O conhecido radialista da Antena3, homem de imensos projectos de promoção da música portuguesa e de um combate à pirataria pela via da melomania e do prazer em ouvir música por vezes aliado a causas solidárias, encontra-se agora ligado a um projecto extremamente interessante chamado "Optimus Discos". Este projecto consiste na disponibilização, numa primeira fase, de seis EP's em formato físico (limitados a 500 exemplares cada um, à venda nas Lojas FNAC por €4,95) e posteriormente digital na plataforma de música da Optimus, sendo este último formato gratuito durante um ano. Em Junho, virão mais 6 EP's juntar-se aos já disponíveis dos Tiguana Blues, DJ Ride (campeoníssimo "scratcher"), Bombazines (o novo projecto de Marta Ren dos Sloppy Joe), Madame Godard (vice-campeões do Termómetro Unplugged), The Pragmatic e Tó Trips+Tiago Gomes, e até ao final do ano, outros 6 virão, totalizando 18 EP's. É apenas um plataforma de disponibilização de música ao público que a quer ouvir e conhecer, e a maneira ideal de combater a pirataria e promover a cultura. Mas isto pode ser só de mim...








Ah, já me esquecia, as PURPLE SESSIONS! Apareçam...não há como se arrependerem!

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