terça-feira, fevereiro 17

OASIS @ PAVILHÃO ATLÂNTICO, 15/2/09

Créditos da foto: Rita Carmo, fotógrafa colaboradora da revista "BLITZ"

No passado Domingo, os irmãos Gallagher e companhia desfilaram durante cerca de 2 horas e meia grande parte dos seus êxitos, embora tendo sempre como pano de fundo o mais recente "Dig Out Your Soul", do ano passado. A promoção do espectáculo mostrou-se bastante eficaz e foi suficiente para ajudar a esgotar os bilhetes disponíveis para a plateia em pé. Mas...muitos faltaram ao combinado e ficaram por casa, muitos dos que ficaram em pé não tiveram a melhor vista para o palco e muito faltou para, ironicamente, colocar este bom concerto noutro patamar que não o de um vulgar trabalho executado com virtuosismo, em alguns momentos, mas sem brilho. Filhos quase irmãos de um tempo de transição entre os tempos de Madchester, dos quais os Stone Roses fizeram parte e fazem vinco na personalidade dos Oasis, e a descendência brit-pop, os Oasis não entretiveram como se poderia esperar depois de um regresso discográfico com bom gosto. O problema maior? Não se divertiram, sequer, à excepção de quando, dentro do seu inglês acelerado, Noel Gallagher pediu que José Mourinho cedesse aos milhões e fosse treinar o seu Man City - fãs tão arrogantemente confiantes certamente o special one não tem em Milão.
Juntando a tudo a uma audiência sedenta de êxitos planetários que os Oasis não têm em abundância e não fidelizada ao seu trajecto, desconstruiu a química psicológica que um bom desempenho vocal e instrumental e um excelente espectáculo visual em rectaguarda tentaram cimentar. "Rock 'n' Roll Star", "Lyla", "I'm Outta Time", "The Importance of Being Idle", "Morning Glory", "Falling Down" e a excelente "Champagne Supernova" foram exemplos bastantes para sair do concerto com boa recordação. No duelo "Wonderwall"/"Don't Look Back In Anger", a última canção ganhou claramente, pondo o público a cantar sem mácula o refrão, aí sozinho, e o que mais houvesse num grande marco musical nos singles de 90. Para acabar, inesperadamente porque se esperava outro "encore", "I Am The Walrus", um tema dos Beatles, que tal como John Lennon, teriam dado algum dedo para escrever e compor um ou dois temas da discografia dos Oasis.
In the end, fica-se sem saber se o amor, em ressaca de 14 de Fevereiro, terá ficado em casa ou terá estado nos casais que estiveram ao lado de pais e filhos na maior sala de espectáculos de Portugal e que não viram as deslumbrantes "Stop Crying Your Heart Out" e "Don't Go Away".

ALINHAMENTO:

Fuckin' In The Bushes
Rock'n'Roll Star
Lyla
The Shock Of The Lightning
Cigarettes & Alcohol
The Meaning Of Soul
To Be Where There's Life
Waiting For The Rapture
The Masterplan
Songbird
Slide Away
Morning Glory
Ain't Got Nothin'
The Importance Of Being Idle
I'm Outta Time
Wonderwall
Supersonic

ENCORE

Don't Look Back In Anger
Falling Down
Champagne Supernova
I Am The Walrus (Beatles)

3 comentários:

Ricardo Vale disse...

Eu fui e devo dizer que foi um bom concerto pré-fabricado, ao melhor estilo macdonald's: sabe bem na altura mas não ficamos propriamente com saudades

My_Little_Bedroom disse...

Tal como no teu post sobre os Last Shadow Puppets, não diria melhor Ricardo!
...embora os Last Shadow Puppets sejam muito diferentes dos Arctic Monkeys, digo eu...

Funchal disse...

Os Oasis deram o concerto com a sua postura de sempre e que tão bem os caracteriza. Esperar outra coisa seria difícil.
Mesmo sem Live Forever, Stand By Me e Around The World, a setlist foi excelente e a banda mostrou que está em excelente forma. E o "Dig Out Your Soul" é o melhor em longos anos.

André, era dificil esperar outro encore, quando os concertos da ultima tournee pouco têm fugido ao que foi apresentado em Lisboa.