segunda-feira, março 22

Beach House no LUX


Foi num ambiente intimista conseguido na discoteca LUX Frágil, no passado dia 17 de Março, que os Beach House apresentaram em Lisboa o seu novo álbum, "Teen Dream".
A abertura das portas estava prevista para as 22h, mas cerca de uma hora antes a fila para entrar tinha já uma dimensão considerável, uma vez que os bilhetes para o concerto estavam esgotados há cerca de duas semanas e toda a gente queria ficar o mais perto possível dos músicos.
Gerou-se desde cedo uma atmosfera muito informal, tendo Alex Scally saído mesmo do interior da discoteca para se dirigir aos fãs antes da abertura das portas. Às 22h o público começou a entrar e foi dirigido para o piso inferior do LUX, que ficou totalmente cheio e cujo palco estava já decorado com os elementos cénicos que caracterizam a banda.
Pouco tempo depois, Alex Scally, Victoria Legrand e o baterista subiram ao palco perante um público essencialmente jovem e expectante. Iniciou-se desta forma um concerto muito envolvente e quase mágico, em que somos transportados para uma dimensão distante e muito pessoal. Fechar os olhos ao som das músicas calmas e melodiosas de Beach House, enquanto nos concentramos apenas na voz forte mas feminina de Victoria e no instrumental harmonioso de Alex e do baterista, é capaz de nos fazer sonhar e evadir da nossa consciência toda a espécie de preocupações e pensamentos desagradáveis.
Músicas como "Take Care", "Silver Soul", "Norway" e "Used To Be", dedicada aos amantes, foram os pontos altos de uma noite que passou rápido demais.
O concerto foi pontuado pelos agradecimentos de Victoria, que chegou mesmo a dizer que o grupo não merecia tanta assistência (afirmação perante a qual o público teve que, obviamente, discordar) e pelas brincadeiras de Alex, que tornaram o ambiente ainda mais familiar.
Depois de dois encores fortemente aplaudidos, o público teve ainda direito a uma hora de boa música no andar superior do LUX, num ambiente descontraído e nada saturado, como costumam ser as discotecas mais badaladas.
É caso para dizer que depois de uma noite fantástica como esta, o confronto com a agitação de Lisboa e com a pobreza que rodeia a estação de Santa Apolónia foi um violento regresso à realidade do quotidiano e à sociedade indiferente em que vivemos. Não existem dúvidas de que estas noites são capazes de nos proporcionar algumas horas de liberdade, como que um escape a tudo o que nos cansa e desagrada. Mas o regresso é inevitável; a elevação conseguida através da música vale apenas enquanto dura...

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